Duas iniciativas do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) que utilizam a tecnologia para contribuir com o controle dos recursos públicos foram lançadas hoje (30/set): o Observatório de Políticas Públicas e o IAGO, acrônimo para Inteligência Artificial do TCE-GO. As novidades foram apresentadas durante o 1º Encontro de Inteligência Artificial e Políticas Públicas, com a presença de autoridades dos três poderes, secretários e representantes de entidades do Sistema Tribunais de Contas.
Na abertura do encontro, o presidente do TCE-GO, Conselheiro Saulo Mesquita, afirmou que é papel da instituição viabilizar as políticas públicas do governo, mostrando onde estão os problemas e apresentando soluções. Ele citou que o Tribunal é um parceiro das ações que possam gerar benefício ao cidadão e, para alcançar esse objetivo, o órgão de controle está se estruturando com novas ferramentas tecnológicas que vão agilizar os procedimentos e promover maior transparência às políticas públicas de governo.
O Governador Ronaldo Caiado também falou na cerimônia, destacando que as pessoas querem que o dinheiro público seja corretamente aplicado e que o TCE-GO, ao adotar em sua fiscalização esses recursos tecnológicos, auxilia o Estado com indicadores confiáveis para melhorar a sua atuação. Caiado também ressaltou a importância do trabalho harmônico entre as instituições em Goiás, que contribuem para um serviço público cada vez mais eficiente.
O Defensor Público do Estado, Tiago Gregório Fernandes, afirmou que a inteligência artificial é fundamental para a superação de desafios e efetivação das políticas públicas, enquanto o Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, presidente do TRE-GO, garantiu que a tecnologia não é modismo ou aquisição de luxo, mas ferramenta imprescindível para os tempos modernos.
No mesmo sentido, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Deputado Bruno Peixoto, elogiou o uso de tecnologias para a fiscalização, que trazem mais confiabilidade e agilidade nos procedimentos.
PARCERIA COM O TJ
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Desembargador Carlos Alberto França, apresentou as principais parcerias do Judiciário com o TCE-GO no uso de inteligência artificial. Para ele, o setor público não pode mais abrir mão do uso dessa tecnologia, que representa a supressão das atividades repetitivas para a otimização dos recursos humanos nas tarefas em que são realmente necessários.
Dentre os termos de cooperação entre TJ-GO e TCE-GO, França destacou o projeto de IA aplicado à comunicação processual e linguagem simples, a cessão de módulos dos sistemas administrativos e os laboratórios de inovação.
FUTURISMO
O final da manhã foi reservado para a palestra do professor Luiz Candreva, da Fundação Dom Cabral. Ele destacou que estamos vivendo um raro momento de ruptura estrutural histórica, com o advento da inteligência artificial, e que é necessário vislumbrar o futuro sob as perspectivas do possível, do provável e do desejável. O futurista reconhece que as pessoas não gostam de mudanças, mas que o mundo atual exige que se esteja atento à conjuntura, sob o risco de ver suas atividades sendo substituídas pela tecnologia a qualquer momento.
Candreva afirma que o futuro não comporta juízo de valor; ele é individualizado, personalizado e único; não pode ser visto com os olhos do passado; chega de forma homogênea e que o profissional do futuro é um “resolvedor” de problemas complexos; e que o futuro deve ser encarado sob a perspectiva dos aprendizados do passado.
TARDE
O 1º Encontro de Inteligência Artificial e Políticas Públicas tem sequência no período vespertino, com o lançamento do Observatório de Políticas Públicas e do IAGO, com palestra de Paulo Januzzi, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence/IBGE) e colaborador da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Veja fotos no Flickr do TCE-GO.
Texto: Alexandre Alfaix; Fotos: Kazuo e Rafael (Master)